O Terceiro Setor abriu um campo de investigação e de atuação nestes últimos vinte anos de grandes proporções. A diversidade das formas associativas desencadeia processos de inovação cultural, social e política, capazes de renovar profundamente o Brasil, e gerar compromissos com a democratização, socialização do poder e extensão da cidadania à grande massa da população.
O Terceiro Setor é um espaço político-social que deve ser ocupado com criatividade e competência técnica, teórica e política e estes são os pressupostos que devem reger a ação profissional destas instituições.
Nas fundações, sociedades beneficentes, os seus agentes não devem apenas ser meros executores de programas ou projetos, mas planejadores e propositores de políticas públicas que possam vir ao encontro dos interesses da maioria da população.
Para o Estado é fundamental trabalhar com as questões sociais que se apresentam para a sociedade, e que as instituições do Terceiro Setor, com ética e responsabilidade, sejam sensíveis promotoras.
Diante disso, a atuação dos profissionais no Terceiro Setor deve estar vinculada- do gerenciamento à execução de projetos-, a sólida formação e capacidade crítica e autônoma de seus agentes.
O futuro das políticas sociais se delineia sob uma nova perspectiva de proteção social que é a sociedade civil, e através do Terceiro Setor, protegendo-se na sua integridade, seja capaz de motivar a existência de uma “sociedade regulada”. Sociedade regulada é aquela onde se manifestam a livre iniciativa dos cidadãos, seus interesses, suas organizações, sua cultura e valores. Os cidadãos pertencentes a esta reconfiguração da sociedade civil são indivíduos providos de uma solidariedade que articula a economia em detrimento de políticas sociais pautados na ótica do direito e não da benesse.
É neste viés que a ASSOCIAÇÃO CULTURAL E CIENTÍFICA DAS FUNDAÇÕES COLABORADORAS DA USP / FUNASP deve se inserir, porque não existe provocação social, movimentação consciente e crítica do Terceiro Setor se não houver agentes capazes e preparados, conscientes e ativos.
Airton Grazzioli
Promotor de Justiça – Curadoria de Fundações da Capital do Ministério Publico do Estado de São Paulo.